Nas memórias da minha jornada de 2009, encontro esse texto. E compartilho aqui porque segue tão tão tãããão atual, em Porto Alegre, New York, Londres, Gramado ou Santiago do Chile.
A mulherada de qualquer latitude logo se identifica com o tema, que rende muito pano pra manga. Conversa. E livros, claro! Um deles, é o da personagem Consuelo Alduante, da escritora chilena Claudia Aldana. Espécie de Carrie Bradshaw ( protagonista da série Sex & The City) das cordilheiras, Consuelo é uma mulher nos seus trinta e poucos, bem sucedida na carreira, mas desasada no amor.
Para a autora, sua personagem traduz a capa de arrogância criada pela posição de independência emocional da mulherada. Um coisa ‘não preciso de um homem’. “Um escudo que fomos construindo para nos mantermos na defensiva dos fracassos amorosos”, diz ela. Com o que não posso concordar mais!! Afinal, como regra geral, a mulherada continua querendo um homem pra chamar de seu. Mas veste a capa de desprendida. Seria muito lindo, não fosse tremenda a carência e a infelicidade por trás das palavras. A retórica não combina com a ansiedade das atitudes. E aí, sofre.
Por isso tudo, concordo quando Claudia Aldana diz que a ‘busca por um parceiro é natural e não define uma dependência’. Mas que isto não tem nada a ver com a louca e obsessiva busca, que vira projeto de vida. Diz ela “uma coisa é ser solteira. Outra, muito diferente, é o estado civil de desesperada”. Adorei! Afinal, nada enfraquece mais nessa vida do que colocar nas mãos de outra pessoa o poder que é nosso.
Imagem: Unplash