Tem mudança no céu a partir de amanhã, quando Júpiter se despede da festiva energia libriana e mergulha na introspecção alquímica de Scorpio. Get ready for this! Júpiter em Escorpião, eis aí uma energia que vai nos colocar em contato com tudo aquilo jogado no porão das nossas entranhas, do inconsciente, através da ressonância com a energia dos outros.
E como se relacionar com isso?
Duas formas se apresentarão.
Uma delas é a da caça às bruxas – o de encontrar culpados pelo mal e a energia ruim que me atinge. A outra, mais árdua porém honesta, é a que leva à compreensão de que qualquer coisa que me atinge – seja boa ou ruim – só o faz porque também está dentro de mim, de alguma maneira. Porque ressona em mim.
Na prática, isso significa que posso culpar a inveja e escuridão alheia pela minha indisposição, por meu fracasso ou insucesso. Ou então, assumir a responsabilidade ao entender que o mal alheio só me atinge porque está de alguma maneira, como crença ou sentimento, dentro de mim também.
Exemplo disso é uma historinha linda que ouvi em um dos encontros sobre a Filosofia do Yoga que rola toda mês na Devi Amor e Prática, em Porto Alegre. Certo dia, um primo invejoso de Buda quis matá-lo. Para isso, providenciou para que um feroz elefante fosse preso, embriagado e solto quando estivesse próximo à Buda. E assim o fez, soltando o elefante enfurecido, carregando uma espada em sua tromba, na direção de Buda. Para surpresa de todos, ao se aproximar de Buda, o elefante parou, ajoelhou-se diante dele e deixou cair espada de sua tromba.
Moral da história: por não CULTIVAR isso dentro de si, a inveja e fúria alheia não atingiram Buda.
E esse é o maior poder – e responsabilidade – que todos temos acesso: o de não cultivar e manter preso em nós ressentimentos, mágoas, raivas. Aprendi que, como humana, é legítimo sentir medo e raiva e expressá-los, dar vazão ao sentimento de alguma forma – mas não cultivá-los e nutri-los dentro de mim.
Pois é assim que pretendo me relacionar com a energia de Júpiter em Escorpião nos seus 13 meses de duração: reconhecendo o que é tóxico em mim e causa mal a mim e aos outros, pra assim poder ressignificar e transmutar. Reciclar crenças a partir dessa compreensão, e com isso fortalecer e empoderar a mim.