Cada dia fico mais convicta do quanto a Astrologia pode ser uma baita ferramenta pra despertar a consciência necessária pra nos tornarmos players /cocriadores mais éticos e humanos nesse grande jogo coletivo chamado vida. O que, por consequência, ajuda a criar um mundo mais digno e melhor pra todos.
Pra isso, penso que é essencial entender a natureza dos signos e planetas por uma outra perspectiva. Que vai além da descrição de comportamentos e características associadas a quem nasce numa época do ano, que nos fazem agir assim ou assado. E mostra que signos e planetas são símbolos/arquétipos de forças cósmicas que nos movem pela vida e animam a vida em nós. O que e bem diferente.
Veja o Zodíaco usado no horóscopo nosso de cada dia, por exemplo.
Ele não é uma representação das constelações em si. Nananinanão.
Na verdade, ele é uma representação do ciclo da vida.
Pera aí que eu conto melhor essa história.
Pra começar, existem dois Zodáicos. Um deles é o Sideral, que tem as constelações como base e é usado na Astrologia Védica e para o cálculo das Eras Astrológicas. O outro, o que usamos pra falar dos signos nosso de cada dia, é o Tropical, e foi criado inspirado na jornada do Sol em torno da Terra como símbolo dos ciclos da vida.
Em tempo: a palavra Tropical tem origem em Tropikó, que significa direção, movimento. No caso aqui, o aparente deslocamento do Sol em torno da Terra.
Pra fazer uma longa história curta, quem primeiro desenhou o Zodíaco Tropical foram nossos antepassados gregos. Mas foi com a união do conhecimentos dos povos da Antiguidade conquistados por Alexandre Magno que ele foi sacramentado, incorporando referências dos estudos astrológicos dos babilônios, caldeus, assírios e egípcios, os primeiros a identificar os padrões dos astros no céu e relacioná-los aos eventos na terra.
Foram os gregos, no entanto, que sacaram que essa viagem aparente do Sol em torno da Terra era uma baita representação da força cósmica formativa da vida e de tudo que existe: a saber, a dos ciclos, composta por quatro etapas, a saber nascimento, crescimento, declínio, morte. Assim sendo, cada etapa do Sol em sua Jornada ao redor da Terra representa também um estágio diferente do desenvolvimento externo e subjetivo nosso. O que Joseph Campbell centenas de ano depois identificaria e batizaria como monomito, a saber a Jornada do Herói.
Assim, o Zodíaco Tropical se tornaria uma representação não de constelações que enviam raios cósmicos e deterinam e influenciam a vida aqui. Naninanaõa. Nada disso. Ele sim é uma representação do círculo/ciclo da vida e, seus signos, dos diferentes estágios de desenvolvimento e evolução dela. E da nossa consciência.
Em tempo: em função do dia e da noite, desde sempre o Sol foi associado à luz. E a Lua, à escuridão. E dessa distinção aí é a luz e o Sol se tornariam símbolos da consciência; e a escuridão e a Lua, do inconsciente. E ambas, das duas forças formativas da nossa consciência. O que desde os primórdios da civilização, em todas as culturas, nos mais distintos lugares e povos do mundo, foi intuitivamente representado em histórias e mitos.
Com esse entendimento brilhando nos olhos e pulsando no coração, nossos sábios ancestrais então desenharam uma circunferência, afinal estavam falando de ciclos. E dividiram seus 360 graus em 12 partes iguais.
– Por que doze, Lila?
Porque essas cabeças iluminadas e hiper conectadas ao cosmos sabiam que 12 é o número associado à completude, à soma das partes para se chegar ao todo. Entende agora porque são 12 os trabalhos de Hércules e não 15 ou 11?
Aham. 😉
Feito isso, deram a cada uma dessas partes o nome de uma constelação, mais especificamente aquela que o Sol tinha como pano de fundo em cada etapa dessa sua aparente viagem em torno a Terra. E assim, criaram um sistema simbólico que correlacionava significados entre os movimentos dos astros no céu (representando as forças formativas cósmicas, que são arquetípicas, universais), as mudanças sazonais na natureza (representando nossas experiências e comportamentos externos) e a nossa consciência (a nossa subjetividade, nossa complexidade, nossa humanidade).
E assim, nascia o Zodíaco Tropical e os signos nossos de cada dia, um sistema simbólico com todas essas camadas de significado. E a Astrologia se tornava uma ferramenta para estudar a vida em nós, Sapiens. E nós Sapiens, na vida.
Lindo, não?
Aliás, isso explica porque os signos funcionam da mesmíssima maneira no hemisfério norte e no sul. Porque eles representam estágios de um ciclo universal de desenvolvimento, e não as estações do ano em si. As estações foram alegorias, metáforas, símbolos, que nossos geniais ancestrais utilizaram pra descrever esse processo universal (e arquetípico) dos ciclos. No céu, na terra, e em nós.
OS ESTÁGIOS DE DESENVOLVIMENTO
Experts nesse jogo de correlação de significados, nossos sábios ancestrais observavam que a vida parecia adormecer nos períodos em que dias de maior escuridão predominavam, como no inverno. E que a vida voltava a se manifestar, florescer, vibrar e crescer quando a luz do Sol aumentava e irradiava, como na Primavera e no Verão. Assim, correlacionaram essa maior ou menor presença de luz solar nas estações do ano ao comportamento da natureza e do homem.
Com isso, associaram a Primavera à etapa do nascimento do ciclo universal de nascimento.
O Verão à do desenvolvimento.
O Outono à da declínio.
O Inverno à da morte/hibernação.
Também observaram que o romper de vida com a luz da Primavera ocorria no momento em que o Sol tinha Áries como pano de fundo da sua jornada. Assim, definiram que esse seria o ponto Zero do Zodíaco Tropical, o signo onde tudo começaria.
Com isso, o SIGNICADO atribuído à Áries dentro do Zodíaco foi relacionado ao impulso que faz a vida brotar. À semente que germina e irrompe o solo. Ao despertar da consciência individual do EU e desperta e busca sua individuação.
Assim, tudo que se refere Áries – suas características, comportamentos, mitos e arquétipos – representa esse primeiro estágio do ciclo universal de desenvolvimento que o Zodíaco simboliza.
A partir dessa concepção, Áries, Touro e Gêmeos foram associados às etapas de despertar, de nascimento, de surgimento de algo novo, que a Primavera com sua luz representava.
Câncer, Leão e Virgem os estágios de desenvolvimento rumo ao apogeu, o que o verão com sua luz simbolizaria.
Libra, Escorpião e Sagitário nos falam das etapas de amadurecimento. E de despertar de uma consciência social. O que o declínio da luz e o aumento da escuridão do Outono passaram a simbolizar.
Por fim, Capricórnio, Aquário e Peixes simbolizam o estágio onde o novo nascido em Áries atingiu seu apogeu e se prepara pra findar, abrindo espaço pro novo que virá por aí. Pra envisioná-lo. E assim, o Inverno simboliza esse momento de recolher pra maturar o que irá despertar na próxima Primavera.
Por ser universal (valer pra tudo), esse ciclo do Zodíaco pode ser usado para descrever muitos outros ciclos. Como, por exemplo, o das quatro fases da vida – infância, adolescência, idade adulta e velhice. E o das quatro fases lunares – nova, crescente, cheia e minguante. Qualquer semelhança não é mera coincidência. 😉
Lindo e genial, né não?
E dá pra entender que os signos do Zodíaco representam um processo cíclico e contínuo de desenvolvimento e evolução, certo? Onde cada signo é um estágio anterior/ posterior ao outro nesse processo cíclico de desenvolvimento? E que os signos do Zodíaco nosso de cada dia e as constelações são coisas beeem diferentes?
Ótimo!
Porque isso ajuda a entender por quê e pra quê cada signo é do jeitinho que ele é. Já que os padrões energéticos, as características e os comportamentos associados a cada um deles derivam da etapa especifica que cada um representa dentro dessa jornada de desenvolvimento. Sim! É desse universo de significados, associado ao conceito dos elementos e dos ritmos vibratórios, que foram constituídos os arquétipos dos signos.
E se conhecer o conceito de elemento e ritmos vibratórios também ajuda a compreender melhor os arquétipos de cada signo. Já o conceito dos Eixos Zodiacais lhe ensina sobre o necessário reconhecimento e integração dos conteúdos imprescindíveis para trilharmos o caminho da consciência que nos leva ao à potência e ao retorno com o elixir. 😉
PS: Você acaba de conhecer a maneira lila de contar histórias! Aqui, usei informações e dados de 16 anos de estudos, pesquisas e prática astrológica pra criar uma narrativa que lhe faça viajar e assimilar a beleza que existe por trás da Astrologia. 🙂 E como esse propósito lhe ajuda explorar e desbravara com outra intenção e visão essa ferramenta incrível. Desfrute!
Imagem: Oliver Cole/Unplash
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