Era um dia com outro qualquer de verão.
Ela se deslocava pela movimentada avenida, quando, de repente, tudo começou a girar em seu entorno. Uma forte dor lhe atingiu a cabeça, o peito, as vísceras. E Ela ainda sentiu o filete quente e viscoso escorrendo em sua face.
E nada mais. Apagou.
Quando abriu os olhos novamente, se pegou observando do alto a cena de um terrível acidente que congestionava uma das avenidas mais movimentadas da cidade. E então, se deparou com a mais surreal visão: era o seu próprio corpo que está ali abaixo, inerte, coberto de sangue, esvaziando-se de vida.
Então, a voz irritada de um homem lhe arrancou do transe do choque.
– PQP. Vou me atrasar pra reunião.
Ela percebeu que as palavras vinham de um motorista parado alguns carros distante de onde seu corpo jazia retorcido entre o metal do carro. E que esse homem lamentava em pensamento o inconveniente que o acidente causava. Mas não era só ele que estava incomodado! Pois outras vozes logo se somaram a dele.
– Era tudo que eu precisava hoje! Que merda.
– Já vi que vou perder a aula de pilates. Será que consigo recuperar?
– Lá se vai meu horário de almoço.
Chocada , Ela percebeu que nenhum pensamento lamentava ou se preocupava com quem estava no acidente. Todos giravam em torno da inconveniência que o acidente causava nas agendas atribuladas daquelas pessoas.
Em meio à cacofonia de lamentos que crescia, Ela viu uma luz se projetando de um carro não muito distante de onde seu corpo estava, subindo em direção ao céu e descendo diretamente sobre o seu corpo inerte. Mas o que seria isso?
Assim que se fez essa pergunta, Ela se viu então parada ao lado da motorista do carro, olhando para a mulher sentada à direção que fazia uma oração. Por Ela. Que sentia as preces tocando gentilmente seu corpo inerte no carro.
Quem seria aquela desconhecida que orava pela sua vida?
Tão logo pensou nisso, a placa do carro onde a mulher estava surgiu diante dos seus olhos. E assim que leu as letras e números, Ela ouviu uma voz sussurrar “você precisava voltar para o seu corpo.”
Imediatamente, ela se viu levitando em direção ao próprio corpo. E assim que o tocou, apagou outra vez.
Uma semana depois, ao acordar em uma cama de hospital, todos lhe repetiam a mesma coisa:
– Foi um milagre.
Sim, ela sabia. Ela testemunhara isso.
Seis meses depois, já recuperada e ainda com a placa do carro em mente, Ela começou sua busca e conseguiu encontrar o endereço da mulher que rezara por ela. Comprou flores e, sem medo de parecer maluca ou estranha, foi até a casa da mulher. Bateu à porta e quando a porta se abriu, ela se viu outra vez frente a frente com a mulher que orara por ela. E pode agradecer as preces que salvaram a sua vida.
Essa história verídica eu ouvi em algum workshop da Caroline Myss, que ao longo de sua trajetória ouviu histórias lindas de milagres como essa. Eu me emocionei tanto ouvindo essa história, que quis compartilhar aqui. Ando fascinada pelos santos místicos, pelo universo da graça, pela presença do transcendente, do mistério, do sagrado. Um campo sobre o qual comecei a pesquisar. E que, como explica o rabino Nilton Bonder, “está na esfera do transpessoal, onde os projetos são independentes da realização dos desejos e também do tempo, da possibilidade de serem ou não realizados“.
Assine a minha lista e receba Drops de Inspiração no seu email uma vez por semana. Assuntos relevantes, links interessantes & outras inspirações para esses nossos dias! Quer receber? Preencha seu email abaixo, assine a lista e pronto!