Quando confirmei minha presença no happy hour da Casamundi Cultura, eu já imaginava que seria muuuito legal. Afinal, adoro a combinação de prosa bacana e informal, de conteúdo rico que agrega e traz sentido, com lugar acolhedor, pessoas alto astral, comidinhas gostosas e discussão relevante.
Mas me surpreendi com a experiência, que foi muito além do que eu esperava encontrar.
Já no início, a acolhida que tive do pessoal da casa e dos demais participantes foi calorosa. E quando começou a prosa sobre Portugal dos Descobrimentos, só ficou melhor! Afinal, o conteúdo foi pra lá de rico e instigante.
Pra mostrar como uma pequena monarquia como Portugal se tornou uma potência em fins do século XV e início do XVI, ao tomar a dianteira e navegar por mares até então temidos e nunca antes navegados, o historiador Bruno Segatto montou um colorido mosaico sobre os povos que deram origem ao país. O que nos faz entender como isso ocorreu.
A relação íntima do povo português com o mar, por exemplo, está super conectada à presença dos fenícios e dos gregos em terras portuguesas centenas de anos antes. Já os avanços da tecnologia em cartografia e astronomia, tão necessárias para navegar com segurança em mar aberto, é herança da presença mouro no continente.
Mas qual teria sido a motivação para que esse povo se lançasse rumo ao desconhecido que eram os mares?
– Necessidade – disse Bruno.
Tendo ao lado a monarquia de Castela, que era uma potência maior contra a qual Portugal não tinha forças, o único caminho de expansão era buscar novos territórios via mar! E assim, Portugal lançou-se ao mar e deu início ao período das grandes navegações e descobertas, conquistando e colonizando terras na África, Ásia e América, se tornando uma potência. E Lisboa, uma cidade tão efervescente para a época como é Nova Iorque para nós hoje!
Para isso, o país desenvolveu os primeiros navios capazes de navegar em segurança em mar aberto no Atlântico. As naus eram maiores que as caravelas – enquanto as primeiras tinham cerca de 50 metros de comprimento, as caravelas tinham 25 metros. Para que vocês tenham uma ideia da ousadia e do investimento feito pelo governo pra bancar esse sonho, construir uma nau custaria R$ 11 milhões.

Fascinada com tantas descobertas, literalmente, quis levar esse meu estudo além e compreender também o espírito daquele tempo, o zeitgeist, e entender os anseios psíquicos que inspiram o que vemos se manifestar numa determinada época. Pra isso, nada melhor que consultar Dona Astrô, essa milenar e sábia senhora que nos explica essas motivações latentes no inconsciente coletivo.
Pois assim fiz. E o que mais descobri?
Que o período das grandes navegações e descobrimentos, que promove expansão cultural e econômica através do desbravamento de novos territórios via oceanos, é associada à fase sagitariana da era de Peixes.
Oi?
Como assim, Lila?
Explico: cada era abrange um período de aproximadamente 2100 anos. Pra melhor compreende-las, dividimos a era em 12 etapas distintas de 175 anos, cada uma delas carregando conteúdos e a simbologia do signo e da casa correspondente.
Fascinada, segui minha pesquisa cósmica e estudei o mapa do príncipe Infante Dom Henrique de Avis, personagem que liderou o desbravamento via mares. Mas por que se estuda o mapa de uma pessoa? Porque os anseios que caracterizam o espírito de uma determinada época ganham expressão, são manifestados, através de pessoas. Simples assim! Pessoas essas que estão de tal forma sintonizadas com tais anseios que expressam os mesmos através de suas obras e vida. O reformador Martinho Lutero e o Nobel de Literatura Bob Dylan são super exemplos disso. Dom Henrique também.
No mapa desse pisciano nascido em 4 de março de 1394 , encontramos esse anseio por desbravar e conquistar o novo, se lançar no inusitado, vencendo o medo e o temor do desconhecido, que eram os mares, então. Naquela época, acreditava-se que os oceanos eram povoados por monstros e seres extraordinários que devoravam as pessoas (tipo o que o cinema faz hoje com os ETs). E que, pelo fato da Terra ser plana, os navios cairiam em grandes precipícios ao atingirem as bordas e o fim do mundo.
Mas voltando à aula da Casamundi Cultura, sai de lá mais apaixonada ainda por essa prática de agregar e costurar conhecimentos, e como isso cria a sabedoria/consciência necessária pra evolução nossa e do mundo. E também com uma vontade enorme de voltar a Lisboa, e revisitar sob a perspectiva cósmica essa e outras tantas histórias da História.
PS: falando em Lisboa, a imagem que abre esse post é do Padrão dos Descobrimentos, atração da capital portuguesa que homenageia 33 figuras históricas ligadas às navegações. Dom Henrique, com a caravela em mãos, é a figura central.
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