Era uma noite qualquer de Lua Cheia e eu ouvia U2.
A melodia de Love Rescue Me enchia a sala. De repente, comecei a prestar atenção na letra da música.
Como em um filme, as palavras que ouvia começaram a se desenhar e bailar à minha frente, evocando imagens – o que já havia me acontecido antes, e me levado às lágrimas em meio a uma aula de Inglês, com a triste canção Last Kiss do Pearl Jam.
Impressionada, quis saber que autor estaria provocando isso em mim. Definitivamente, aquilo não parecia U2 puro. Bastante intrigada, busquei a caixa do CD pra conferir quem mais estava lá…
Assim que pousei meus olhos, encontrei a reposta. Sim, eu estava certa.
Havia mais alguém lá.
Quem?
A lenda Bob Dylan.
Curiosa que sou, fui logo abrindo o computador pra conferir o Mapa Astral de Dylan. Eu queria ver o que havia ali… E assim que pousei minha atenção sobre sua carta natal, tudo mudou entre nós. Num bater de cílios, virei fã do cara por trás da lenda. Do artista que se manteve fiel à natureza sua e que, através de inspiradas letras, dialoga com a Alma do Mundo. E com as nossas.
Como assim? Explico.
Bob Dylan é um canal de expressão dos anseios ainda latentes no inconsciente coletivo, esse oceano energético que conecta tudo e todos, também conhecido como Alma Mundi. Pois o cantor, compositor e agora Nobel tem uma sintonia super apurada com essa energia. É quase como se fosse uma antena que tudo capta, percebe, recebe.
Assim, muito naturalmente, sem intenção ou esforço algum, expressa em sua música os anseios latentes que nossas almas compartilham no tempo. Eis porque as pessoas se sintonizam e identificam quase que imediatamente com suas palavras e canções e as elegem hinos de um momento: porque elas expressam o que ainda não sabemos explicar.
E ainda que ele não busque nada disso – em várias entrevistas, Dylan afirma que nunca compôs algo querendo ser porta-voz de coisa alguma, e que está apenas fazendo a sua música -, isto acaba acontecendo. E de forma tão espontânea e natural, que suas palavras e obra são reconhecidas com o Nobel de Literatura justamente em um tempo em que as pessoas buscam respostas que expliquem aquilo que vai muito além da matéria. Que anseiam esse tipo de conexão com o que é sutil que Dylan possui e expressa em sua obra.
NOTA DA LILA!
Esse é um texto que eu escrevi há mais de uma década e reescrevi há quatro anos. Agora relendo, fiquei surpresa ao constatar que essa talvez tenha sido a primeira vez que a voz da personagem Dalila apareceu em minha mente. Numa época em que eu sequer imaginava escrever uma história que teria uma astróloga ativista cósmica como protagonista!! Não sei vocês, mas acho liiindo e mágico e sublime a forma como o Universo (e a vida) vão dialogando conosco.
Imagem: Israel Palacio/Unplash
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